segunda-feira, 28 de junho de 2010

“Os passos noturnos de Sofia.”

Nessa última noite tive insônia. E Sofia também.
Não é nenhuma novidade para mim. Mas para ela sim.
Noites mal dormidas fazem parte da minha vida desde a infância. Acho que pioraram na idade adulta. Deve ser porque o “ser adulto” vem acompanhado de tantas responsabilidades que faz perder o sono.
A madrugada é uma figura egoísta. Quando encontra companhia em sua eterna solidão, não a larga mais. Já fiz de tudo para livrar-me de suas garras. Só não tive coragem ainda de socorrer-me de remédios. Dizem que vicia e eu acredito nisso!
Aprendi a lidar com a insônia. São anos de experiência. Não adianta desesperar-me, ver TV, ler, mudar de cama. Fico mesmo é bem quieta, no escuro, de olhos bem fechados, à espera do sono. Às vezes, ele dá as caras depois de massacrantes horas insones; às vezes, vejo o dia nascer.
E foi assim com Sofia nessa noite. Acompanhei seus passos noturnos do aconchego de minha cama no meu quarto escuro.
Ela, coitadinha, tentou de tudo, do alto de sua inexperiência em insônia: acendeu e apagou luzes, foi ao banheiro algumas vezes, bebeu muita água, abriu e fechou portas, provavelmente brincou impacientemente...
Em uma ida ao banheiro, eu a aconselhei a ficar quieta, de olhos bem fechados, contando carneirinhos. Acho que não adiantou o conselho. Ela acabou por ver o dia amanhecer.
Acredito que a insônia de Sofia tenha sido só por essa noite, em virtude, talvez, do excesso de Coca Cola e pizza ingeridos horas antes.
Se assim não for, ela terá que aprender a ser muito paciente à espera de um novo dia...
28/06/10

domingo, 27 de junho de 2010

“Inveja boa.”

Assistindo aos jogos das oitavas de final da Copa do Mundo que aconteceram hoje, entre Alemanha e Inglaterra pela manhã e Argentina e México à tarde, como brasileira confesso que fiquei com inveja. Inveja boa, mas inveja.
Foram jogos lindos e emocionantes, cheios de golaços. O típico futebol arte. E jogadores jogando com raça, disposição para ganhar e de goleada. Tudo isso vi nos quatro times, nos noventa minutos de cada jogo. Os torcedores devem ter ficado orgulhosos, ainda que dos times perdedores.
É uma pena que ainda não vi a seleção brasileira jogar assim. Pelo contrário, os jogadores brasileiros parecem estar brincando de Copa do Mundo. Jogos chatos, jogadores preguiçosos em campo. Ainda não vi raça e muito menos disposição para um grande espetáculo.
Torço para que mudem. De agora em diante não dá mais para fazer corpo mole. É “ou vai ou racha” na Copa.
Espero que vá!
27/06/10

quinta-feira, 10 de junho de 2010

“A sétima arte.”

Ando falando muito sobre assuntos sérios, que giram em torno de feminismo/violência contra mulheres, maternidade, educação e, principalmente, política.
Assuntos que nem de longe relaxam, pacificam ou alegram a mente de quem escreve ou a de quem lê.
Resolvi, então, falar sobre questões mais leves, que trazem contentamento e também encantamento. E divertimento, é óbvio!
Não mencionarei a literatura, porque, para mim, ela é hors concours; sem ela, eu nem vivo.
Portanto, nada melhor que começar com cinema, conhecido como a sétima arte, que, ao lado da fotografia, tem a minha predileção.
O cinema, para quem não sabe, foi denominado sétima arte pelo italiano Ricciotto Canuto, que, em 1911, editou o Manifesto das Artes defendendo que a junção de seis artefatos culturais, isto é, música, dança, pintura, escultura, teatro e literatura, gera o cinema, até então nem considerado expressão de arte, além de ser vinculado às classes menos abastadas.
E pensando em cinema e nas centenas (talvez milhares, se me permitirem a pretensão!) de filmes que vi no decorrer de minha existência, produzi lista, com certeza incompleta, desmemoriada, desordenada e para alguns até injusta, daqueles que me marcaram de alguma forma, a depender do momento da vida em que foram vistos:
1- Pequeno Príncipe;
2- O Mágico de Oz (com Judy Garland);
3- Antes do amanhecer;
4- Antes do pôr do sol;
5- Pulp Fiction;
6- Forrest Gump;
7- Platoon;
8- O Escafandro e a Borboleta;
9- Invasões Bárbaras;
10- Adeus Lênin;
11- A culpa é do Fidel;
12- Dr. Jivago;
13- O anjo malvado;
14- Ligações Perigosas;
15- Closer – Perto demais;
16- Bicho de Sete Cabeças;
17- O menino do pijama listrado;
18- Match point – Ponto Final;
19- O iluminado;
20- Uma mente brilhante;
21- Um estranho no ninho;
22- Gênio indomável;
23- Milk – A voz da igualdade;
24- Sociedade dos poetas mortos;
25- Os suspeitos;
26- Melhor é impossível;
27- Uma lição de amor;
28- Os últimos passos de um homem;
29- E o vento levou;
30- A noviça rebelde;
31- Na natureza selvagem;
32- Frida;
33- O último dos moicanos;
34- Sideways;
35- Meu pé esquerdo;
36- Diário de uma paixão;
37- Tudo sobre minha mãe;
38- A casa dos espíritos;
39- A vida de David Gale;
40- Nascido em 4 de julho;
41- Drácula (de Bram Stoker);
42- Entrevista com o vampiro;
43- Janela indiscreta;
44- Dirty Dancing;
45- Buena Vista Social Club;
46- Seven;
47- O silêncio dos inocentes;
48- O talentoso Ripley;
49- Rain man;
50- Top Gun.
Bom filme!
Ah, quem quiser, complete a lista!
04/06/10

sexta-feira, 4 de junho de 2010

“Lula e Constituição."

Abaixo reproduzo artigo de Dora Kramer publicado ontem no jornal O Estado de São Paulo.
Dispensa comentários ou adendos.
Vale a pena ler!

“Deveres de Ofício
O presidente Luiz Inácio da Silva já está no cargo há tempo suficiente para ter tido tempo de dar ao menos uma olhada na Constituição que jurou cumprir em duas cerimônias de posse.
Lá está escrito no artigo 37 que a ele e a qualquer agente público é vedado, sob pena de incorrer em ato de improbidade pública, desobedecer aos princípios da legalidade e da impessoalidade, entre outros.
Isso quer dizer que não pode ferir a lei e que está obrigado a pautar sua conduta pela objetividade e imparcialidade, sinônimos de impessoalidade, o termo inscrito na Carta.
Ao dicionário para que fique bem compreendido o significado da palavra imparcial: "Que se abstém de tomar partido."
Portanto, a declaração de Lula de que "não é proibido presidente da República fazer campanha quando a campanha começar" ou reflete um inadmissível desconhecimento a respeito do que diz a Constituição do país que preside há quase oito anos ou traduz uma deliberada intenção de descumprir a Carta.
"Quando a campanha começar" aí mesmo é que as restrições começam a valer de fato. E não o inverso como parece supor o presidente.
A insistência no tema justifica-se pela persistência com que o presidente persegue a via do desacato em gradação crescente.
Há alguns meses seus assessores e políticos mais próximos diziam que havia a hipótese da licença do cargo para uma dedicação exclusiva à campanha de Dilma Rousseff.
O próprio Lula chegou a falar sobre isso em público. Depois houve uma mudança de estratégia e o Palácio do Planalto entrou na fase do desafio explícito à Lei Eleitoral.
Aí vieram as negativas sobre a licença, por desnecessária, e o presidente comprometeu-se a fazer campanha fora do expediente de trabalho.
A etapa seguinte, a atual, está sendo marcada por uma série de punições aos atos eleitorais de Lula, caracterizando a ocorrência de ilícitos. Isso dá margem a dois tipos de processo: abuso de poder político na eleição e improbidade administrativa por infração ao princípio da legalidade no exercício do cargo.
Não satisfeito, Lula contesta o princípio da imparcialidade contido no caput do artigo 37 da Constituição.
Anuncia, já sem as ressalvas da separação de horários, para "depois que forem feitas as convenções partidárias", sua entrada definitiva no processo eleitoral, fazendo-se de inocente sobre as infrações cometidas até agora: "Havia uma outra visão sobre campanha, agora mudou." Mudou o quê, se a lei é de 1997?
Acabou foi a paciência do Tribunal Superior Eleitoral diante de tantas provocações feitas pelo próprio Lula.
Mas admita-se que diga a verdade quando afirma que está imbuído do novo espírito e disposto a "dar o exemplo". Se bem entendido, significa um compromisso com a legalidade.
Nesse caso, Lula não poderá "fazer campanha quando a campanha começar". Não é demais repetir: não apenas o presidente, mas ministros e demais agentes públicos estão impedidos pelo princípio da impessoalidade de atuar como cabos eleitorais, bem como é proibido o uso da máquina administrativa para fins eleitorais.
Entre outros motivos porque governo é poder delegado e ninguém pode fazer dele o que quer.
Jogo duro. Não tem só a ver com futebol. Em um mundo de marias-vão-com-as-outras Dunga se diferencia. No bom sentido.
Pode até ficar devendo no quesito fidalguia, mas não se deixar levar. Evidente que não precisava ter cumprimentado o presidente Lula com a mão no bolso.
Mas de alguma forma era justo que manifestasse sua contrariedade com a CBF por obrigar a seleção a desviar sua rota para fazer uma foto em Brasília. Não basta sucumbir, é preciso fazê-lo sorrindo?
Critica-se a carranca de Dunga, mas aceitam-se as politicagens de Ricardo Teixeira, embora não seja necessário entender coisa alguma do ramo para notar quem é o mais confiável.
Agora, já na África, o ditador do Zimbábue quis faturar politicamente a presença da seleção brasileira, mas Dunga vetou proximidades com Robert Mugabe.”
04/06/10

quarta-feira, 2 de junho de 2010

“A volta do Galinho.”

Zico é o novo Diretor de Futebol do Flamengo.
Para qualquer flamenguista, roxo ou não, Zico é ídolo maior.
O Galinho, além de jogar muita bola, sempre demonstrou profissionalismo e seriedade, em campo e fora dele.
Não tenho dúvidas que será assim na nova função.
E espero, do fundo do meu coração rubro-negro, que ele consiga transmitir aos jogadores e à equipe técnica todas as qualidades que fizeram dele figura inesquecível e admirável.
Estou na torcida!
Uma vez Flamengo, Flamengo até morrer!
02/06/10