quinta-feira, 26 de agosto de 2010

“Diet ou normal?”

Li artigo de Martha Medeiros, entitulado “Pudim”, no qual ela aborda a quase escravidão do ser humano ao que é política e ecologicamente correto, à cultura da comida diet, ao físico esbelto etc.
Realmente, somos escravos do que a medicina atual e ciências afins dizem que é saudável e do que a sociedade contemporânea sagrou como ser humano esteticamente perfeito.
Penso em minhas avós, uma falecida aos 95 anos de idade e a outra, ainda viva, com 98 anos recentemente completados.
No tempo delas, comida era feita com óleo de soja ou gordura de porco. Hoje, o único óleo que presta, dizem, é o de canola.
Antigamente, não havia nada diet, zero ou light como hoje. E para falar a verdade, ainda não entendi qual é a diferença entre eles.
Anos atrás, a comida era a mais natural possível e o sabor, original. Hoje, consumimos conservantes aos montes e sabor artificial disso ou daquilo.
Minhas avós nunca se preocuparam com estética e viveram muito, mas muito felizes. Hoje, de modo geral, há apego exacerbado ao físico perfeito, mais até do que à vida saudável. E todos estão infelizes e insatisfeitos consigo mesmos.
No tempo de minhas avós, havia contentamento com o pouco. Atualmente, buscamos sempre mais e mais, talvez o inalcançável, e há insatisfação generalizada constante.
Fica, portanto, a reflexão: será que, com todas as limitações e sacrifícios que a vida moderna nos impõe, chegaremos, felizes, à idade de minhas avós?
26/08/10

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

“Origem.”

De onde viemos influencia aonde vamos.
Nossa origem pode determinar nosso fim.
Dependendo do fim, é bom poder voltar à origem.
O sangue que corre em nossas veias define nosso físico, nossa alma, nosso caráter e nossa história.
É muito gratificante saber a minha origem. É muito satisfatório ver minha árvore genealógica e constatar, por exemplo, de quem herdei meus olhos azuis, de onde veio a brancura de minha pele e até porque, às vezes, tenho “gênio ruim”. Até minha fé em Deus devoto à minha origem.
Melhor ainda é ter o privilégio de não só conhecer em papel a origem de minha família, como poder conviver intensamente com boa parte dela, dos meus avós para cá pelo menos, e dos lados materno e paterno.
Isso tudo é para registrar que hoje minha única avó ainda viva completa 98 anos de idade. Muito velhinha e esquecida, já não se lembra de sua própria origem e nem de que é origem de outras pessoas. Mas eu, originada dela, estou aqui para lembrar.
Feliz aniversário, Vó Bilu!
25/08/10

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

“Reflexão sobre as eleições.”

Com a Lei da “Ficha Limpa”, o brasileiro espera ver os políticos “sujos” bem longe das eleições de outubro.
A lei veio em boa hora.
O que se espera é que o Poder Judiciário, por força das - às vezes - inoportunas e descabidas liminares, não estrague o momento político, permitindo o acesso dos corruptos e bandidos à disputa eleitoral.
Mas o que é cômico, para não dizer trágico, é que haja necessidade de lei para afastar a bandidagem das cadeiras eletivas. E mais, que honestidade, lisura e “ficha limpa” tornem-se bandeiras de campanhas, principais aspectos da propaganda eleitoral dos candidatos.
No Brasil, lamentavelmente, há um desvirtuamento das instituições e uma inversão do que é legítimo e justo, de modo a atender aos interesses particulares dos políticos.
Em verdade, honestidade e lisura deveriam ser qualidades de qualquer político, para não dizer sua obrigação. Tais atributos deveriam ser conditio sine qua non para qualquer candidatura.
Espera-se, portanto, do eleitor o discernimento para escolher bem e votar melhor ainda.
06/08/10

domingo, 1 de agosto de 2010

“Nem radical, nem chique.”

Dizem por aí que durante a vida todos devem plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho. Do contrário, a vida não vale a pena.
Mas outro dia li na Radical Chic, criação do cartunista Miguel Paiva e que pode ser considerada pelas mulheres modernas a representação do que há de mais feminista, que durante a vida todos devem plantar uma floresta, ter um blog e usar camisinha.
O mundo mudou tanto assim?
Quanto à floresta, eu concordo. O meio ambiente está por um fio e todos devem contribuir com atitudes voltadas a preservar e salvar a natureza. Então, age diligentemente quem planta uma floresta. E não quero dizer com isso que uma única árvore não seja importante, o que deve ficar bem claro.
Com relação ao blog, ele é com certeza uma excelente ferramenta de exposição de ideias e troca de opiniões. E, indiretamente, uma rede de relacionamento. Mas o livro não é descartável. O livro é o instrumento maior da literatura. É o meio mais fantástico de preservação da história e da cultura e o melhor disseminador de conhecimento.
Já a camisinha é absolutamente necessária para a prevenção de doenças e preservação da saúde. Também serve para evitar filhos. Mas não quer dizer que não haja espaço para filhos na civilização atual. A maternidade continua sendo, talvez, o maior dom e a maior vocação de uma mulher. Por outro lado, filhos só devem ser gerados por mulheres que realmente os queiram e estejam preparadas para “enfrentá-los”. Então, discordo veementemente da Radical Chic quanto à substituição do “filho” pela “camisinha”. Definitivamente não dá para generalizar e extirpar a maternidade do mundo.
Logo, opto pelo antigo dito. A Radical Chic, nesse ponto, não está nada radical. E nem chique.
1º/08/10