sexta-feira, 26 de novembro de 2010

“Rio de Janeiro.”

Estamos acompanhando, boquiabertos e com tristeza, pelos jornais e televisão a guerra entre polícia e bandidos no Rio de Janeiro.
Veículos queimados, arrastões, tanques de guerra, armamento pesado, perseguições, prisões e mortes.
Parece até cena retirada de filme de “bang bang”.
A Cidade Maravilhosa, talvez a mais maravilhosa do mundo, encontra-se em clima de medo e tensão e manchada de sangue.
De um lado, bandido fazendo o que sabe, isto é, promovendo a desordem; de outro, polícia, pelo menos a boa, cumprindo seu papel de garantidora da segurança pública.
Quantos morrerão?
Quantos inocentes favelados serão atingidos?
Quantos ficarão enclausurados em suas casas até que a guerra termine?
Quantos dias de aula as crianças perderão?
Quantos policiais morrerão cumprindo seu dever?
Quando isso irá acabar?
Acabará, talvez, no dia em que consumidores de drogas, moradores do “asfalto”, deixarem de financiar o tráfico dos morros. Esses mesmos consumidores que batem nos peitos e cobram atuação efetiva dos órgãos de segurança pública. Pura hipocrisia!
Acabará, talvez, no dia em que a corrupção deixar de contaminar a polícia, a mesma que facilita a vida dos presidiários, que recebe suborno para omitir-se e que faz subir as armas aos morros.
Acabará, por fim, no dia em que bandidos engravatados, companheiros de bandidos dos morros, deixarem de ser eleitos pela população, a mesma que pede socorro e clama por ordem pública.
Povo hipócrita!
Povo que vota errado, que elege bandido; povo que consome drogas aos montes e financia a bandidagem; bandidagem que corrompe policiais e assim por diante, em verdadeiro ciclo vicioso de hipocrisia...
26/11/10

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

“Não há silêncio que não termine.”

Título melhor para a crônica não consegui encontrar que faça jus à história que li. “Não há silêncio que não termine” é o título do livro de Ingrid Betancourt, publicado no Brasil pela Companhia das Letras.
Na obra, Ingrid narra em detalhes os seis anos e meio em que permaneceu na selva colombiana, refém das Forças Armadas Revolucionárias Colombianas – FARC, grupo guerrilheiro, financiado principalmente pelo narcotráfico, que há décadas impõe o terror no país.
Tudo isso, diga-se de passagem, tolerado por governo após governo, que afirma não ter condições suficientes para enfrentar o que as FARC – inicialmente criada pelos camponeses fartos dos abusos e violências implementados pelos partidos políticos rivais do país – representam.
Em plena campanha eleitoral à Presidência da República, Ingrid, cientista política, graduada em universidade de Paris, casada e mãe de dois filhos ainda adolescentes, filha de diplomata, cheia de cultura e inteligência e acostumada à vida confortável, foi sequestrada em 2002. Liberdade, só reencontrou em 2008.
A narrativa de Ingrid relata provações de todos os níveis, humilhações, torturas físicas e morais, fome, doenças várias (que quase a levaram à morte), condições degradantes e desumanas de sobrevivência por que passou juntamente com seus companheiros de cativeiro.
Mostra, ainda, a organização das FARC, a hierarquia obedecida cegamente pelos guerrilheiros, as histórias de alguns deles e, especialmente, as relações difíceis e deterioradas a cada dia com os comandantes de cada acampamento em que viveu.
Ora emocionada, ora raivosa, ora divagando, ora lúcida, às vezes crente em Deus, às vezes achando-se destinatária da pior sorte, Ingrid conta também os problemas de relacionamento entre os próprios sequestrados, os sentimentos de inveja e mesquinharia, mas também de afeto profundo e, sem manifestar explicitamente, histórias de amor vividas por ela.
Além de tudo isso, narra a saudade da família, as lembranças dos momentos anteriores vividos em liberdade e o apego aos programas de rádio, instrumento único e possível de proximidade com os familiares.
“Não há silêncio que não termine” mostra uma Ingrid acorrentada a árvores e proibida de falar com seus companheiros.
No dia em que comprei o livro, coincidentemente, assisti na televisão a uma entrevista de Ingrid. Achei-a mulher serena, sofrida, de personalidade forte, com ideias quase utópicas para a Colômbia. País que, dizem as matérias jornalísticas, ela abandonou. No meu entender, com absoluta razão.
Nesses dias todos debruçada sobre o livro, tive a curiosidade de pesquisar sobre Ingrid. Impressionou-me como há pessoas que a criticam severamente, tanto no que diz respeito a sua personalidade dita arrogante, a sua postura política radical, como aos seus relacionamentos amorosos – que, é bom sempre lembrar, não dizem respeito a ninguém.
Não me importei.
Pode ser que Ingrid tenha feito relatos floreados, até mentirosos, ou tenha omitido fatos comprometedores.
Mas, gostei muitíssimo do livro, da forma detalhada em que foram expostas as histórias e a cronologia não muito exata dos fatos. Senti suas agonias, felicitei-me por suas poucas conquistas em cativeiro, suspirei por imaginar as histórias de amor provavelmente vividas e derramei lágrimas – sim, derramei mesmo – por tudo que ela viveu.
Pode ser que esses sentimentos aflorados em mim devam-se à solidariedade feminina. Natural.
Mas não dá para não me penalizar com as agruras de Ingrid e nem deixar de tirar-lhe o chapéu por ter sobrevivido, apesar de tudo.
22/10/10

sábado, 16 de outubro de 2010

“Envelhecer sim, mas com dignidade.”

Em menos de uma semana tive duas demonstrações escancaradas de que não tenho mais vinte anos.
Tenho trinta e quatro e a idade começa a pesar. Não é só a imagem que vejo no espelho, mas também a imagem que os outros têm de mim.
A primeira aconteceu no voo Brasília/Rio de Janeiro em que duas jovens, de não mais que vinte anos de idade, embarcaram às sete da manhã, vindas diretamente da noitada, ainda com as vestes negras da noite e completamente bêbadas.
E como tapas com luva de pelica sentaram-se ao meu lado. Passei a viagem reparando nas roupas impecáveis, nos sapatos e bolsas deslumbrantes, nos cabelos sedosos e sentindo o cheiro forte de álcool. Elas dormiram, quase em coma, a viagem inteira e nem se dignaram a passar mal.
Já fui assim um dia. Já aguentei bravamente uma noitada, seguida de aula na faculdade e emendada em estágio. E sem descer dos saltos ou colocar as tripas para fora.
Ai de mim se me aventurar a isso nos dias de hoje... Ficaria uma semana de cama, à base de sonrisal e com olheiras profundas.
Passei a semana a ruminar que a idade vem chegando, calmamente, sem aviso e de repente, não mais que de repente, as pelancas caem, as rugas riscam o rosto, o cansaço vira companheiro inseparável e a resistência ao álcool fica bem a desejar.
Como que aviso divino ou travessura do capeta, hoje tive mais uma demonstração do inevitável: a idade que chega. Na aula da pós-graduação, já atrasada – é claro e provavelmente de propósito – adentra a sala uma colega de vinte e poucos anos, bonita, magérrima e de cabelos escorridos, trajando um micro vestido justo nude, de calcinhas fio dental – sim, a marca era visível – sobre saltos quinze – sim, não é mentira.
Tudo parou: o professor de falar, os homens de respirar e as mulheres de escrever.
Em questão de segundos me senti a velha caída que não atrai mais nem gripe nessa vida...
Por sorte, abençoada que sou, não mais preciso "ir à caça"...
E se precisasse? Como competir com o frescor de uma garota de vinte anos?
Por culpa de Balzac, a mulher de trinta anos é quase avó. Apesar de gostar do livro, nunca me enquadrei na descrição do autor, nem poderia, já que o livro é da época do Romantismo.
Chegar à idade balzaquiana foi para mim grande satisfação, como se chegasse ao auge de minha vida.
Mas confesso que há uma semana e novamente hoje, senti o peso dos meus trinta e poucos anos. O corpo não é o mesmo, o vigor tampouco.
O que resta, então?
Restam tantas coisas que nem caberia enumerar aqui. Mas, em resumo, há experiência, maturidade e dignidade.
Experiência por tudo que vivi, os bons e maus momentos, que criaram em mim uma casca quase inabalável.
Maturidade para saber e buscar acima de tudo o que desejo, às vezes até sem pudor. Mas e daí?
E dignidade por olhar-me no espelho e perceber que tudo acontece no momento certo e não dá para querer voltar no tempo ou viver o que não mais me pertence.
Confesso que vou dormir com um aperto no peito por perceber que lutar contra a velhice é batalha perdida. O certo é conformar-se.
É melhor envelhecer sim, mas com dignidade.
15/10/10

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

“Viver é ler.”

Crônicas atrás escrevi sobre cinema, a sétima arte, uma de minhas paixões.
Aventuro-me agora pelos encantos da literatura, também arte, mas a maior e melhor delas.
Não consigo vislumbrar minha vida sem a companhia dos livros.
Nem minha mesa de cabeceira consigo imaginar sem livros.
Mala de viagem sem livros? Impossível!
Ócio sem livros? Não existe!
Vida atarefada sem livros? Como sobreviver a ela?!
Vinho sem livros, café sem livros, aeroporto sem livros, sesta sem livros, preguiça de sábado sem livros, casamento sem livros, viagem sem livros, doença sem livros, sala de espera sem livros, infância sem livros, vida adulta sem livros, chuva sem livros, sol sem livros, férias sem livros, solidão sem livros... Tudo isso aí sem livros é inimaginável, quase insuportável!
Raquel, sem livros, não existiria...
Lancei-me, então, um desafio: listar apenas dez livros, os melhores que já li.
É claro que a memória falha, a lembrança falha. Quem dera lembrar de tudo que li, desde os meus sete anos até os dias de hoje.
É óbvio que, ao listar, tive que fazer escolhas e deixar vários livros maravilhosos de lado. Perdoem-me os autores e os leitores.
Segue, então, a lista:
1 – Travessuras de uma menina má (Mario Vargas Llosa)
2 – Dom Casmurro (Machado de Assis)
3 – Quincas Borba (Machado de Assis)
4 – Memórias póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis)
5 – Madame Bovary (Gustave Flaubert)
6 – A Casa dos espíritos (Isabel Allende)
7 – Crime e castigo (Fiódor Dostoiévski)
8 – Precisamos falar sobre o Kevin (Lionel Shriver)
9 – Memórias de minhas putas tristes (Gabriel Garcia Marques)
10 – A metamorfose (Franz Kafka)
Como na crônica do cinema, convido a todos a completar a lista.
13/10//10

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

“Fogueira de vaidades ou teatro?”

Após anos sem assistir às sessões do Plenário do Supremo Tribunal Federal, fiquei até a madrugada de hoje acompanhando o debate acerca do Recurso Extraordinário interposto contra o acórdão do Tribunal Superior Eleitoral que impede a candidatura de Joaquim Roriz ao governo do Distrito Federal, em virtude da aplicação, já na eleição de 2010, da lei da Ficha Limpa.
O deslinde da questão inaugurará precedente que alcançará diversas outras candidaturas a cargos eletivos em todo o país.
Portanto, para qualquer cidadão, em ano de eleição, é importante saber o que o STF decidirá sobre o caso.
Em virtude da aposentadoria do Ministro Eros Grau, a Suprema Corte está composta, temporariamente, por dez Ministros.
No julgamento de ontem, como já era previsto, o placar ficou em 5 a 5 e a proclamação do resultado está suspensa, indeterminadamente.
O debate em torno dos posicionamentos jurídicos a favor e contra o acórdão da Corte Eleitoral é válido e é o que se espera do Tribunal guardião da Constituição Federal em todos os julgamentos. Unanimidade, sempre, seria até suspeita, considerando o intelecto e o notório saber de cada membro do Tribunal, escolhido a dedo entre os maiores juristas do país.
Porém, impressionou-me o campo de batalha que virou a Corte.
Os Ministros se digladiam com comentários irônicos e desprezo às opiniões uns dos outros, beirando à falta de educação.
As expressões proferidas como “data vênia”, “Vossa Excelência”, “com o devido respeito”, somadas ao linguajar quase inacessível ao povo leigo, não disfarçam o clima de disputa.
São homens contra mulheres, nordestinos contra paulistas, negro contra brancos, o povo do norte contra o povo do sul.
Eu fantasiava que na Suprema Corte do Brasil, órgão colegiado que é, a harmonia imperava entre os Ministros e as acaloradas discussões deviam-se às divergências de opiniões jurídicas e não à busca incessante pelo individualismo com imposição de teses.
É, contudo, verdadeira fogueira das vaidades.
Ou será, na verdade, um grande teatro?
Fui dormir com essa dúvida e me perguntando se, após dez horas de sessão, no segundo dia de julgamento, com o tom ríspido que imperou no debate, os Ministros põem-se nos bastidores a rir e conversar amigavelmente, bebendo doses de uísque ou vinho e deliciando um bom jantar.
24/09/10

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

“Vote: tragédia ou comédia. (De uma cidadã que está quase sem palavras sobre a campanha eleitoral.)"

Circo de horrores. Ou será show de calouros?
Ficha limpa? Só enxergo ficha suja.
Orgulho dos representantes do povo? Anarquia pode ser a solução.
Esperança de um país melhor? Nada é tão ruim que não possa piorar.
Ao final, comprovante de votação do eleitor? Não, atestado de burrice.
É trágico, se não fosse cômico. É cômico, se não fosse trágico.
Resumindo: qualquer que seja o voto, o resultado será praticamente o mesmo.
14/09/10

terça-feira, 14 de setembro de 2010

“Ser ou não ser Chanel: eis a questão.”

Acabei de ler o livro “O Evangelho de Coco Chanel”, escrito pela americana Karen Karbo, que, na minha singela opinião leiga, está mais para fã ardorosa da estilista do que biógrafa gabaritada.
O livro está longe de ser um dos melhores de minha vida. Acho até que nem gostei tanto assim dele. Talvez seja implicância de minha parte com o estilo da escritora. Mas, sinceramente, é insuportável ler um único parágrafo com mais de vinte linhas e nenhum ponto. Além das incontáveis interrupções à fluência do texto pelo uso desmedido de parênteses contendo orações explicativas gigantescas.
Não sou perita em Coco Chanel. Na verdade, tive apenas dois contatos com sua história ao longo de minha vida. Por intermédio desse livro e do filme Coco avant Chanel, de
que gostei muito e que recomendo.
Apesar de não admirar a figura de Chanel na sua integralidade, ela foi um marco no mundo da moda e merece aplausos.
Chanel inovou a moda no início do século passado e trouxe, pelo menos no meu ponto de vista e para o meu gosto pessoal, o que há de melhor: a pura simplicidade. Não há nada mais chique!
Chanel repudiava exageros, excesso de plumas, paetês e bordados, tecidos bufantes, cores extravagantes, misturas espalhafatosas e acessórios impossíveis de usar.
Elegância para Chanel era um misto de conforto e simplicidade.
Elegância para Chanel era ser mulher de atitude somada à personalidade bem definida.
Elegância para Chanel era um bom perfume com os acessórios certos.
Em resumo, elegância para Chanel era pretinho básico, ornamentado com colar de pérolas, pairando sobre sapatos de saltos altos – mas confortáveis – e bolsa/carteira de matelassê.
Assino embaixo.
Um viva a Coco Chanel!
13/09/10

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

“Diet ou normal?”

Li artigo de Martha Medeiros, entitulado “Pudim”, no qual ela aborda a quase escravidão do ser humano ao que é política e ecologicamente correto, à cultura da comida diet, ao físico esbelto etc.
Realmente, somos escravos do que a medicina atual e ciências afins dizem que é saudável e do que a sociedade contemporânea sagrou como ser humano esteticamente perfeito.
Penso em minhas avós, uma falecida aos 95 anos de idade e a outra, ainda viva, com 98 anos recentemente completados.
No tempo delas, comida era feita com óleo de soja ou gordura de porco. Hoje, o único óleo que presta, dizem, é o de canola.
Antigamente, não havia nada diet, zero ou light como hoje. E para falar a verdade, ainda não entendi qual é a diferença entre eles.
Anos atrás, a comida era a mais natural possível e o sabor, original. Hoje, consumimos conservantes aos montes e sabor artificial disso ou daquilo.
Minhas avós nunca se preocuparam com estética e viveram muito, mas muito felizes. Hoje, de modo geral, há apego exacerbado ao físico perfeito, mais até do que à vida saudável. E todos estão infelizes e insatisfeitos consigo mesmos.
No tempo de minhas avós, havia contentamento com o pouco. Atualmente, buscamos sempre mais e mais, talvez o inalcançável, e há insatisfação generalizada constante.
Fica, portanto, a reflexão: será que, com todas as limitações e sacrifícios que a vida moderna nos impõe, chegaremos, felizes, à idade de minhas avós?
26/08/10

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

“Origem.”

De onde viemos influencia aonde vamos.
Nossa origem pode determinar nosso fim.
Dependendo do fim, é bom poder voltar à origem.
O sangue que corre em nossas veias define nosso físico, nossa alma, nosso caráter e nossa história.
É muito gratificante saber a minha origem. É muito satisfatório ver minha árvore genealógica e constatar, por exemplo, de quem herdei meus olhos azuis, de onde veio a brancura de minha pele e até porque, às vezes, tenho “gênio ruim”. Até minha fé em Deus devoto à minha origem.
Melhor ainda é ter o privilégio de não só conhecer em papel a origem de minha família, como poder conviver intensamente com boa parte dela, dos meus avós para cá pelo menos, e dos lados materno e paterno.
Isso tudo é para registrar que hoje minha única avó ainda viva completa 98 anos de idade. Muito velhinha e esquecida, já não se lembra de sua própria origem e nem de que é origem de outras pessoas. Mas eu, originada dela, estou aqui para lembrar.
Feliz aniversário, Vó Bilu!
25/08/10

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

“Reflexão sobre as eleições.”

Com a Lei da “Ficha Limpa”, o brasileiro espera ver os políticos “sujos” bem longe das eleições de outubro.
A lei veio em boa hora.
O que se espera é que o Poder Judiciário, por força das - às vezes - inoportunas e descabidas liminares, não estrague o momento político, permitindo o acesso dos corruptos e bandidos à disputa eleitoral.
Mas o que é cômico, para não dizer trágico, é que haja necessidade de lei para afastar a bandidagem das cadeiras eletivas. E mais, que honestidade, lisura e “ficha limpa” tornem-se bandeiras de campanhas, principais aspectos da propaganda eleitoral dos candidatos.
No Brasil, lamentavelmente, há um desvirtuamento das instituições e uma inversão do que é legítimo e justo, de modo a atender aos interesses particulares dos políticos.
Em verdade, honestidade e lisura deveriam ser qualidades de qualquer político, para não dizer sua obrigação. Tais atributos deveriam ser conditio sine qua non para qualquer candidatura.
Espera-se, portanto, do eleitor o discernimento para escolher bem e votar melhor ainda.
06/08/10

domingo, 1 de agosto de 2010

“Nem radical, nem chique.”

Dizem por aí que durante a vida todos devem plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho. Do contrário, a vida não vale a pena.
Mas outro dia li na Radical Chic, criação do cartunista Miguel Paiva e que pode ser considerada pelas mulheres modernas a representação do que há de mais feminista, que durante a vida todos devem plantar uma floresta, ter um blog e usar camisinha.
O mundo mudou tanto assim?
Quanto à floresta, eu concordo. O meio ambiente está por um fio e todos devem contribuir com atitudes voltadas a preservar e salvar a natureza. Então, age diligentemente quem planta uma floresta. E não quero dizer com isso que uma única árvore não seja importante, o que deve ficar bem claro.
Com relação ao blog, ele é com certeza uma excelente ferramenta de exposição de ideias e troca de opiniões. E, indiretamente, uma rede de relacionamento. Mas o livro não é descartável. O livro é o instrumento maior da literatura. É o meio mais fantástico de preservação da história e da cultura e o melhor disseminador de conhecimento.
Já a camisinha é absolutamente necessária para a prevenção de doenças e preservação da saúde. Também serve para evitar filhos. Mas não quer dizer que não haja espaço para filhos na civilização atual. A maternidade continua sendo, talvez, o maior dom e a maior vocação de uma mulher. Por outro lado, filhos só devem ser gerados por mulheres que realmente os queiram e estejam preparadas para “enfrentá-los”. Então, discordo veementemente da Radical Chic quanto à substituição do “filho” pela “camisinha”. Definitivamente não dá para generalizar e extirpar a maternidade do mundo.
Logo, opto pelo antigo dito. A Radical Chic, nesse ponto, não está nada radical. E nem chique.
1º/08/10

quarta-feira, 14 de julho de 2010

“Amigos de fé, irmãos camaradas II.”

Diga-me com quem andas, que direi quem és.
Assim abri uma crônica meses atrás. De lá para cá não mudou muita coisa no Brasil.
Ou melhor, figura agora na lista de amigos da onça, para não dizer do peito do Presidente Lula, o Presidente de Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, popularmente chamado de Canibal.
Ele é internacionalmente conhecido pelo autoritarismo de uma ditadura corrupta que perdura por 31 anos no país, focada na exploração do petróleo e, especialmente, representada pela aviltante situação de miséria do povo de um lado e pela ostentação de riqueza do governo de outro. Além do governo, a família do Presidente domina a economia nacional e enriquece em progressão aritmética. E liberdade de expressão no país é inexistente.
Em resumo, não há democracia!
E mais uma vez o Brasil, representado por nosso Presidente, não aparece tão bem na foto. Ao contrário, o filme do Brasil está queimado! Por enquanto, até onde eu sei, os acordos assinados entre os dois países dizem respeito à troca de experiências diplomáticas e defesa de fronteiras. Mas, ainda assim, manter relações com um país conhecido pelo autoritarismo e crimes contra a humanidade não é lá muito reconfortante, não é?
Já disse na outra crônica, e repito nesta, que Deus não nos perdoará. E para refrescar a memória dos leitores, eu havia profetizado a possível má sorte do Brasil na Copa do Mundo, tendo em vista a relação entre Brasil e Irã e o presente dado por Lula a Armanuclejad, a tão adorada camisa oficial da seleção brasileira de futebol. Deu no que deu. Eu bem que avisei!
Temos pela frente, então, quatro anos de rezas e promessas para salvar o Brasil como nação e como seleção.
Serão quatro anos de novo governo e quatro anos de preparação de uma nova seleção. Que venha 2014!
12/07/10

segunda-feira, 12 de julho de 2010

“Resumão da Copa do Mundo 2010.”

Ufa! Acabou!
Após um mês de Copa, de bom futebol - não excelente - regada a muita cerveja, encontro entre amigos, festas pelas ruas, horário diferenciado da jornada de trabalho, a Espanha levou a taça, pela primeira vez na história das Copas. E merecidamente, diga-se de passagem. Palmas para a seleção da Espanha!
Triste foi ver a seleção brasileira ir embora antes da hora. E o que é pior, também merecidamente. Digo isso com muito pesar. Mas é a realidade, não é?
Futebol é isso mesmo! São lágrimas e risos, vitórias e derrotas, orgulho e decepção.
E, em minha singela opinião, depois de ter feito um balanço tímido da Copa, decidi distribuir alguns troféus:

Troféu bola cheia: Filmagem dos jogos, hospitalidade e alegria dos anfitriões africanos, Nelson Mandela, Shakira (no quesito beleza e boa forma, porque no quesito música decepcionou na abertura da Copa).

Troféu bola murcha: Seleção da França, seleção da Itália, pancadaria dos jogadores africanos, arbitragem, FIFA, Cristiano Ronaldo, Renato Maurício Prado (comentarista da Sportv, mal humorado e mal educado).

Troféu Brad Pitt: Beckham (de terno, no banco da Inglaterra), Sergio Ramos (Espanha), Canavarro (Itália), Drogba (Costa do Marfim), Llorente (Espanha), Roque Santa Cruz (Paraguai), Podolski (Alemanha), Gourcuff (França).

Troféu Tião Macalé: Tevez (Argentina), Puyol (Espanha), Lúcio (Brasil), Fabio Coentrão (Portugal), Gervinho (Costa do Marfim), Pepe (Portugal), Rooney (Inglaterra), Song (Camarões), Tanaka (Japão).

Troféu figuraça: Maradona, Luiz Roberto (comentarista da Rede Globo), Galvão Bueno (também comentarista da Rede Globo, que, de tão mala, chega a ser figuraça), campanha “Libertem o Caio Ribeiro” deflagrada pelo Casseta e Planeta.

E que venha a Copa de 2014 no Brasil!
11/07/10

segunda-feira, 28 de junho de 2010

“Os passos noturnos de Sofia.”

Nessa última noite tive insônia. E Sofia também.
Não é nenhuma novidade para mim. Mas para ela sim.
Noites mal dormidas fazem parte da minha vida desde a infância. Acho que pioraram na idade adulta. Deve ser porque o “ser adulto” vem acompanhado de tantas responsabilidades que faz perder o sono.
A madrugada é uma figura egoísta. Quando encontra companhia em sua eterna solidão, não a larga mais. Já fiz de tudo para livrar-me de suas garras. Só não tive coragem ainda de socorrer-me de remédios. Dizem que vicia e eu acredito nisso!
Aprendi a lidar com a insônia. São anos de experiência. Não adianta desesperar-me, ver TV, ler, mudar de cama. Fico mesmo é bem quieta, no escuro, de olhos bem fechados, à espera do sono. Às vezes, ele dá as caras depois de massacrantes horas insones; às vezes, vejo o dia nascer.
E foi assim com Sofia nessa noite. Acompanhei seus passos noturnos do aconchego de minha cama no meu quarto escuro.
Ela, coitadinha, tentou de tudo, do alto de sua inexperiência em insônia: acendeu e apagou luzes, foi ao banheiro algumas vezes, bebeu muita água, abriu e fechou portas, provavelmente brincou impacientemente...
Em uma ida ao banheiro, eu a aconselhei a ficar quieta, de olhos bem fechados, contando carneirinhos. Acho que não adiantou o conselho. Ela acabou por ver o dia amanhecer.
Acredito que a insônia de Sofia tenha sido só por essa noite, em virtude, talvez, do excesso de Coca Cola e pizza ingeridos horas antes.
Se assim não for, ela terá que aprender a ser muito paciente à espera de um novo dia...
28/06/10

domingo, 27 de junho de 2010

“Inveja boa.”

Assistindo aos jogos das oitavas de final da Copa do Mundo que aconteceram hoje, entre Alemanha e Inglaterra pela manhã e Argentina e México à tarde, como brasileira confesso que fiquei com inveja. Inveja boa, mas inveja.
Foram jogos lindos e emocionantes, cheios de golaços. O típico futebol arte. E jogadores jogando com raça, disposição para ganhar e de goleada. Tudo isso vi nos quatro times, nos noventa minutos de cada jogo. Os torcedores devem ter ficado orgulhosos, ainda que dos times perdedores.
É uma pena que ainda não vi a seleção brasileira jogar assim. Pelo contrário, os jogadores brasileiros parecem estar brincando de Copa do Mundo. Jogos chatos, jogadores preguiçosos em campo. Ainda não vi raça e muito menos disposição para um grande espetáculo.
Torço para que mudem. De agora em diante não dá mais para fazer corpo mole. É “ou vai ou racha” na Copa.
Espero que vá!
27/06/10

quinta-feira, 10 de junho de 2010

“A sétima arte.”

Ando falando muito sobre assuntos sérios, que giram em torno de feminismo/violência contra mulheres, maternidade, educação e, principalmente, política.
Assuntos que nem de longe relaxam, pacificam ou alegram a mente de quem escreve ou a de quem lê.
Resolvi, então, falar sobre questões mais leves, que trazem contentamento e também encantamento. E divertimento, é óbvio!
Não mencionarei a literatura, porque, para mim, ela é hors concours; sem ela, eu nem vivo.
Portanto, nada melhor que começar com cinema, conhecido como a sétima arte, que, ao lado da fotografia, tem a minha predileção.
O cinema, para quem não sabe, foi denominado sétima arte pelo italiano Ricciotto Canuto, que, em 1911, editou o Manifesto das Artes defendendo que a junção de seis artefatos culturais, isto é, música, dança, pintura, escultura, teatro e literatura, gera o cinema, até então nem considerado expressão de arte, além de ser vinculado às classes menos abastadas.
E pensando em cinema e nas centenas (talvez milhares, se me permitirem a pretensão!) de filmes que vi no decorrer de minha existência, produzi lista, com certeza incompleta, desmemoriada, desordenada e para alguns até injusta, daqueles que me marcaram de alguma forma, a depender do momento da vida em que foram vistos:
1- Pequeno Príncipe;
2- O Mágico de Oz (com Judy Garland);
3- Antes do amanhecer;
4- Antes do pôr do sol;
5- Pulp Fiction;
6- Forrest Gump;
7- Platoon;
8- O Escafandro e a Borboleta;
9- Invasões Bárbaras;
10- Adeus Lênin;
11- A culpa é do Fidel;
12- Dr. Jivago;
13- O anjo malvado;
14- Ligações Perigosas;
15- Closer – Perto demais;
16- Bicho de Sete Cabeças;
17- O menino do pijama listrado;
18- Match point – Ponto Final;
19- O iluminado;
20- Uma mente brilhante;
21- Um estranho no ninho;
22- Gênio indomável;
23- Milk – A voz da igualdade;
24- Sociedade dos poetas mortos;
25- Os suspeitos;
26- Melhor é impossível;
27- Uma lição de amor;
28- Os últimos passos de um homem;
29- E o vento levou;
30- A noviça rebelde;
31- Na natureza selvagem;
32- Frida;
33- O último dos moicanos;
34- Sideways;
35- Meu pé esquerdo;
36- Diário de uma paixão;
37- Tudo sobre minha mãe;
38- A casa dos espíritos;
39- A vida de David Gale;
40- Nascido em 4 de julho;
41- Drácula (de Bram Stoker);
42- Entrevista com o vampiro;
43- Janela indiscreta;
44- Dirty Dancing;
45- Buena Vista Social Club;
46- Seven;
47- O silêncio dos inocentes;
48- O talentoso Ripley;
49- Rain man;
50- Top Gun.
Bom filme!
Ah, quem quiser, complete a lista!
04/06/10

sexta-feira, 4 de junho de 2010

“Lula e Constituição."

Abaixo reproduzo artigo de Dora Kramer publicado ontem no jornal O Estado de São Paulo.
Dispensa comentários ou adendos.
Vale a pena ler!

“Deveres de Ofício
O presidente Luiz Inácio da Silva já está no cargo há tempo suficiente para ter tido tempo de dar ao menos uma olhada na Constituição que jurou cumprir em duas cerimônias de posse.
Lá está escrito no artigo 37 que a ele e a qualquer agente público é vedado, sob pena de incorrer em ato de improbidade pública, desobedecer aos princípios da legalidade e da impessoalidade, entre outros.
Isso quer dizer que não pode ferir a lei e que está obrigado a pautar sua conduta pela objetividade e imparcialidade, sinônimos de impessoalidade, o termo inscrito na Carta.
Ao dicionário para que fique bem compreendido o significado da palavra imparcial: "Que se abstém de tomar partido."
Portanto, a declaração de Lula de que "não é proibido presidente da República fazer campanha quando a campanha começar" ou reflete um inadmissível desconhecimento a respeito do que diz a Constituição do país que preside há quase oito anos ou traduz uma deliberada intenção de descumprir a Carta.
"Quando a campanha começar" aí mesmo é que as restrições começam a valer de fato. E não o inverso como parece supor o presidente.
A insistência no tema justifica-se pela persistência com que o presidente persegue a via do desacato em gradação crescente.
Há alguns meses seus assessores e políticos mais próximos diziam que havia a hipótese da licença do cargo para uma dedicação exclusiva à campanha de Dilma Rousseff.
O próprio Lula chegou a falar sobre isso em público. Depois houve uma mudança de estratégia e o Palácio do Planalto entrou na fase do desafio explícito à Lei Eleitoral.
Aí vieram as negativas sobre a licença, por desnecessária, e o presidente comprometeu-se a fazer campanha fora do expediente de trabalho.
A etapa seguinte, a atual, está sendo marcada por uma série de punições aos atos eleitorais de Lula, caracterizando a ocorrência de ilícitos. Isso dá margem a dois tipos de processo: abuso de poder político na eleição e improbidade administrativa por infração ao princípio da legalidade no exercício do cargo.
Não satisfeito, Lula contesta o princípio da imparcialidade contido no caput do artigo 37 da Constituição.
Anuncia, já sem as ressalvas da separação de horários, para "depois que forem feitas as convenções partidárias", sua entrada definitiva no processo eleitoral, fazendo-se de inocente sobre as infrações cometidas até agora: "Havia uma outra visão sobre campanha, agora mudou." Mudou o quê, se a lei é de 1997?
Acabou foi a paciência do Tribunal Superior Eleitoral diante de tantas provocações feitas pelo próprio Lula.
Mas admita-se que diga a verdade quando afirma que está imbuído do novo espírito e disposto a "dar o exemplo". Se bem entendido, significa um compromisso com a legalidade.
Nesse caso, Lula não poderá "fazer campanha quando a campanha começar". Não é demais repetir: não apenas o presidente, mas ministros e demais agentes públicos estão impedidos pelo princípio da impessoalidade de atuar como cabos eleitorais, bem como é proibido o uso da máquina administrativa para fins eleitorais.
Entre outros motivos porque governo é poder delegado e ninguém pode fazer dele o que quer.
Jogo duro. Não tem só a ver com futebol. Em um mundo de marias-vão-com-as-outras Dunga se diferencia. No bom sentido.
Pode até ficar devendo no quesito fidalguia, mas não se deixar levar. Evidente que não precisava ter cumprimentado o presidente Lula com a mão no bolso.
Mas de alguma forma era justo que manifestasse sua contrariedade com a CBF por obrigar a seleção a desviar sua rota para fazer uma foto em Brasília. Não basta sucumbir, é preciso fazê-lo sorrindo?
Critica-se a carranca de Dunga, mas aceitam-se as politicagens de Ricardo Teixeira, embora não seja necessário entender coisa alguma do ramo para notar quem é o mais confiável.
Agora, já na África, o ditador do Zimbábue quis faturar politicamente a presença da seleção brasileira, mas Dunga vetou proximidades com Robert Mugabe.”
04/06/10

quarta-feira, 2 de junho de 2010

“A volta do Galinho.”

Zico é o novo Diretor de Futebol do Flamengo.
Para qualquer flamenguista, roxo ou não, Zico é ídolo maior.
O Galinho, além de jogar muita bola, sempre demonstrou profissionalismo e seriedade, em campo e fora dele.
Não tenho dúvidas que será assim na nova função.
E espero, do fundo do meu coração rubro-negro, que ele consiga transmitir aos jogadores e à equipe técnica todas as qualidades que fizeram dele figura inesquecível e admirável.
Estou na torcida!
Uma vez Flamengo, Flamengo até morrer!
02/06/10

sexta-feira, 28 de maio de 2010

“Lula, em o retorno de Jedi.”

Mesmo não querendo, não consigo não falar sobre o Lula.
Sinto uma atração quase irresistível sobre tudo que gira em torno de sua pessoa.
Será que é o “lado negro da força”? Vai saber...
E como ele se repete, meu Deus! Vira o disco, Lula!
É sempre Lula e Irã; Lula e pré campanha em favor de Dilma; Lula e multas aplicadas pela Justiça Eleitoral – já está na quarta!
Justificativa? Democracia.
De acordo com o dicionário Aurélio, democracia é “doutrina ou regime político baseado nos princípios da soberania popular e da distribuição equitativa do poder, ou seja, regime de governo que se caracteriza, em essência, pela liberdade do ato eleitoral, pela divisão dos poderes e pelo controle da autoridade, dos poderes de decisão e de execução.”
Se levada ao pé da letra, a democracia no Brasil foi desvirtuada, não?
Afirmo isso porque se o Chefe do Poder Executivo Federal continua a descartar determinações do Poder Judiciário, sendo, por isso, multado seguidas vezes, age antidemocraticamente, não?
Também é antidemocrática a constante pré campanha em favor de Dilma, inoportunamente, gerando flagrante desequilíbrio no jogo eleitoral, não?
Apoiar governo ditatorial, como é o caso do Irã, é atuar antidemocraticamente, não?
Ah, juro que gostaria de manifestar minha concordância plena com os atos de nosso Presidente. Como eu disse em outra ocasião, eu até já votei nele.
Contudo, graças à democracia e à liberdade de expressão constitucionalmente assegurada no Brasil, não voto mais e, ainda, posso manifestar minha discordância de alguns aspectos do governo atual. Não serei punida, assim espero.
É claro que nenhum governo é de todo bom, ou de todo ruim. Todos têm qualidades e defeitos.
O governo atual fez coisas boas. Não nego. Melhorou a vida de muitos brasileiros da classe baixa, abriu várias oportunidades de trabalho por meio de concursos públicos, reajustou a remuneração defasada de algumas carreiras do serviço público, manteve a economia estável, promoveu o Brasil no cenário internacional.
Mas não posso concordar com tudo. Determinadas atitudes me incomodam. Especialmente condutas que ferem de morte a democracia. Mas isso vocês já sabem, não é?! Eu vivo falando!
Retornando ao astro principal, Lula, que manifestou, recentemente, interesse em ser Secretário Geral da ONU ou Presidente do Banco Mundial após passar a faixa para o vencedor das eleições presidenciais de 2010, fico sem saber se condições para isso ele possui.
Mas do Lula pode-se esperar tudo. Ele chegou à Presidência da República! Quem poderia imaginar, anos atrás, um metalúrgico, nordestino, sindicalista e de pouco estudo tornando-se Presidente da República? É de tirar o chapéu! É de aplaudir de pé!
Portanto, façam seus bolões, reservem seus ingressos na primeira fila, estoquem pipoca! Pode ser que a saga “Lula, em o retorno de Jedi” surpreenda!
Quem sobreviver, verá!
26/05/10

quarta-feira, 26 de maio de 2010

“O ‘jeitinho’ brasileiro.”

Por que será que para tudo no Brasil há sempre um “jeitinho”?
O brasileiro acostumou-se a viver, rotineiramente, com o “jeitinho”?
Ou acha mesmo que deve haver “jeitinho” para tudo?
O brasileiro já nasceu com o “jeitinho” inato?
Ou foi adestrado a utilizar o “jeitinho” no dia a dia?
No Brasil, há “jeitinho” para quase tudo: furar fila no banco, no supermercado, no cinema; não enfrentar, como os demais motoristas, engarrafamento no trânsito; não pagar o preço inteiro cobrado pelas coisas; parar o carro em local proibido, quando não há vagas etc.
E, por fim, mas não menos pior, achar que o “jeitinho” é comportamento natural, segundo regras normais de conduta.
Mas não é bem assim...
O “jeitinho” brasileiro é verdadeiro fracasso, tremenda falta de educação, demonstração escancarada de que o povo brasileiro é atrasado, para não dizer colonizado.
E não estou fugindo da minha responsabilidade! Também sou brasileira e, provavelmente, pratiquei o “jeitinho” em algum momento da vida.
Pergunto, então:
Já imaginaram postos de combustível operando no módulo de auto atendimento?
Já imaginaram postos de venda de jornais, espalhados pelas cidades, onde são inseridas moedas em troca dos periódicos?
Já imaginaram “aluguel público” de bicicletas que devem ser devolvidas após o uso?
Nem é bom imaginar... Coisas assim não funcionam no Brasil. No mínimo, ocorreria depredação. E pagamento? Duvido muito!
O brasileiro, infelizmente, não sabe lidar com praticidade da vida, rapidez do atendimento, diminuição dos custos para ele próprio e, principalmente, comportamento educado.
Será que existe solução para os que se sentem incomodados, assim como eu?
Mudar de país, talvez. Mas nem sempre é possível.
O melhor, portanto, é tentar mudar nossa conduta, em casa, no trabalho, nas ruas. Adotar postura de respeito ao próximo e educação.
Dar um “adeus” definitivo ao “jeitinho”.
Está lançada a campanha!
25/05/10

quinta-feira, 20 de maio de 2010

“Dunga e a mal falada convocação.”

As orelhas do Dunga, técnico da seleção brasileira de futebol, devem estar quentes, fervendo...
Após a liberação da lista dos jogadores convocados para a Copa do Mundo da África do Sul, Dunga recebe críticas e mais críticas. Quase todas negativas.
E voto de confiança que é bom nada...
“Como assim o Dunga não convocou alguns dos meninos da Vila?”
“Como assim o Dunga deixou Ronaldinho Gaúcho como reserva em caso de falta de algum dos convocados?”
“Quem é Grafite e por que mereceu a convocação?”
“O Dunga é burro!”
Não sou especialista em futebol, nem tenho essa pretensão.
Mas consigo compreender o Dunga. Há tempos ele vem observando alguns jogadores, formando opinião sobre eles, desenvolvendo a melhor composição em campo para os jogos da Copa. E não foi trabalho iniciado este ano, aos trancos e barrancos, de última hora. Foi trabalho técnico e tático, realizado por ele e por sua equipe, durante um bom tempo.
Além do mais, Dunga não ocupa a função por causa de seus belos olhos, não é? Algum talento ele deve possuir...
Portanto, sinceramente, já passou da hora de todos pararem de criticar o Dunga. Deixem o moço fazer seu trabalho!
E digo mais, se nós, torcedores brasileiros, não acreditarmos na competência de nosso próprio técnico, quem acreditará? O Maradona, por acaso?
Então, vistam-se de verde e amarelo e torçam, torçam muito! Pelo Dunga e pela seleção! É isso que importa!
20/05/10

sábado, 15 de maio de 2010

“Reescrevendo o final.”

Manoel Carlos que me perdoe, mas o final de algumas personagens da novela “Viver a Vida” deixou a desejar e merece ser reescrito.
Proponho, então, desfecho bem mais interessante.
Último capítulo:
Betina, que fica com Carlos, que larga Malu, que pega Gustavo, que mantém Cida de empregada...
Leandro, que deixa Ingrid, que fica cada vez mais doida e, finalmente, é internada em hospício onde passa a brincar de mamãe e filhinho com bonecos...
Jorge, que se casa com Ariane, que leva Gabriel, que deixa Tommie e Iolanda sozinhas na pensão, que descobrem o amor recíproco...
Miguel, que fica para sempre ao lado de seu grande amor Luciana, que desde o início da novela deveria ter sido a “Helena do Manoel Carlos”...
Helena, que desde o início da novela deveria ser Luciana, que acaba com Bruno, que propõe viagem ao redor do mundo em busca de fotografias, desfiles e aventuras...
Sandrinha, que, depois de enviuvar, não fica satisfeita com a boa vida em Búzios, que volta para a vida dura na favela no Rio de Janeiro, que se casa com o compadre Coisa Ruim...
Felipe, que cai na estrada e some pelo mundo, que abandona a chata, feia e problemática da Renata, que consegue sobreviver ao álcool e manter a carreira de modelo, mas sozinha...
Teresa, que não se deixa levar pela lábia de Marcos, que viaja ao encontro de Jean em Paris e vive feliz para sempre...
Mia, Isabel e Luciana, que descobrem que Marcos é o pai do filho de Dora e o pior dos homens, e que, finalmente, dão uma bronca e um “gelo” no pai por tudo de mal que ele sempre causou às mulheres que se relacionaram com ele...
Marcos, que acaba descartado pelas filhas, que encontra consolo nos braços de Dora, que trai Marcos, que trai Dora, que trai Marcos, que trai Dora e assim por diante...
Maradona, que fica triste, mas logo descobre um novo amor que realmente vale a pena...
Soraia, que, enganada por falso gringo rico, acaba rodando bolsinha no calçadão da Av. Atlântica no Rio de Janeiro...
FIM (ao som de Tom e Vinícius)
15/05/2010

quinta-feira, 13 de maio de 2010

“À la Meryl Streep.”

Interpretando o papel de Miranda Priestly no filme “O Diabo Veste Prada”, a atriz Meryl Streep lançou moda, anos atrás, com suas madeixas grisalhas.
E neste ano de 2010, cabelos brancos ou acinzentados são a nova tendência da moda feminina.
E não importa o motivo, se puro comodismo das mulheres ou demonstração de personalidade e atitude. O negócio é deixar os fios brancos.
Meryl Streep foi pioneira. Depois dela, a modelo Kate Moss, ainda que por pouco tempo. No Brasil, as atrizes Cássia Kiss, Vera Holtz e Glória Menezes. E, recentemente, a pop star Lady Gaga.
Pode ser que essa moda pegue.
Mas em mim não vai pegar.
Definitivamente cabelos brancos não combinam com as mulheres jovens e nem mesmo com as mais maduras.
Cabelos brancos ficam bem em vovozinhas, aquelas com carinha de Dona Benta, óculos na ponta do nariz e agulhas de tricô nas mãos.
Fios brancos envelhecem. E muito!
E, sinceramente, mulheres, para que buscar o envelhecimento precoce se podemos adiá-lo e permanecer jovens por mais tempo?
12/05/10

terça-feira, 11 de maio de 2010

“O assunto de sempre.”

Li matéria sobre a proibição, infligida às mulheres na Coreia do Norte, de não dirigir.
O fundamento, pasmem, é que as mulheres são “barbeiras” e, portanto, um perigo no trânsito.
Não irei nem argumentar com os que, provavelmente homens, acham que as mulheres são mesmo “barbeiras”. Isso é até piada, mas, faz tempo, perdeu a graça.
O que merece a devida atenção é, mais uma vez, a condição secundária, submissa e desigual da mulher frente ao homem em algumas sociedades.
Na mesma reportagem, houve relato de outras manifestações cotidianas de desigualdade e preconceito, a meu ver indignas e humilhantes, sofridas pelas mulheres, cujos algozes, majoritariamente, são homens.
Sinceramente, atitudes como as que narradas na matéria já estão ficando até fora de moda. Coisas da Idade Média ou, no máximo, do início do século passado. Mas não combinam nada com o século XXI.
E digo mais, será que os tais “carrascos de mulheres” não atentaram para um fato simples, que só estão neste mundo porque santas mulheres se dispuseram a cumprir o papel natural, ou seja, levá-los na barriga, pari-los e ainda por cima criá-los?
Eles dirão, possivelmente, que “elas não fizeram mais do que a sua obrigação”. E que “mulher só serve para isso mesmo”.
Pois é...
E se por um movimento coletivo e drástico as mulheres deixassem o instinto maternal de lado e se negassem a engravidar?
A humanidade não teria pior sorte, não é? Poderia ser o fim da civilização.
Será que nem assim aqueles que submetem as mulheres a tantas humilhações repensariam a vida?
03/05/10

sexta-feira, 7 de maio de 2010

“O que veio antes: o ovo ou a galinha?”

As mulheres estão sozinhas porque são muito exigentes ou são os homens que não querem compromisso sério?
Eis a pergunta que não quer calar.
De um lado, as mulheres reclamam que nunca encontram homens certos, sérios e dispostos a compromissos duradouros. De outro, estão os homens se queixando que as mulheres andam muito exigentes e fugindo de qualquer forma sadia de relação.
Creio eu que a conjugação dos dois fatores faz com que existam tantos solteiros por aí. Na minha singela opinião, as mulheres realmente estão muito exigentes e autossuficientes e buscam incessantemente homens ideais, perfeitos, os tão sonhados príncipes encantados. E mais, homens que as entendam, inclusive na TPM, incondicionalmente.
Já os homens buscam nas mulheres a figura da própria mãe. Mulheres que cuidem da casa, dos filhos, do marido e que sejam companheiras passivas e compreensivas incondicionalmente. E o que é mais importante, mulheres que não reclamem de nada nunca!
A conclusão a que se chega é que não há explicação definitiva e única para essa tal solidão coletiva que tantos lamentam.
Há muitos fatores implicados. Culturais, hormonais, genéticos, sentimentais, anatômicos. Orgulho, arrogância, autossuficiência, malandragem, caráter, tabu, egoísmo.
O fato é que, se houver amor, não haverá campo para a solidão.
E se houver entrega de ambas as partes da relação, haverá lugar para o compromisso.
O que não há, em parte alguma, é perfeição. Nem adianta procurar.
30/04/10

quarta-feira, 5 de maio de 2010

“Caixinha de surpresas.”

Filho. Caixinha de surpresas. Loteria. Não se sabe se nascerá menino ou menina, com a cara do pai ou da mãe, bonito ou feio, inteligente ou burro, perfeito ou não, bom ou ruim.
Sempre achei isso. Mas sempre quis experimentar a maternidade, ainda que com todos os “se”, de qualquer jeito.
Mas confesso que bateu certo receio depois de ter lido “Precisamos falar sobre o Kevin”, ficção escrita por Lionel Shriver, publicada no Brasil pela Editora Intrínseca.
Através de cartas endereçadas ao marido, uma mulher analisa seu casamento, seu relacionamento com os filhos, a maternidade em si e, especialmente, procura esmiuçar e entender a mente do filho Kevin que, aos quase 16 anos de idade, matou, em uma escola dos EUA, vários colegas, uma professora e um atendente de cantina, repetindo o que ocorreu em diversos outros massacres em escolas espalhadas pelo país.
Nas cartas, há ainda análise, em segundo plano, do próprio país e da paranoia coletiva que assola os cidadãos americanos.
Quando terminei a leitura do livro, cujo final é ainda mais surpreendente e chocante do que toda a narrativa, fiquei sem saber a quem atribuir a culpa pelo acontecido. Se à mãe, ao pai, aos dois em conjunto ou ao Kevin.
Mas pensei bem e cheguei a duas certezas.
Que os pais, ainda que trocando os pés pelas mãos, foram bons pais (ela, a meu ver, bem mais do que ele), repletos das melhores intenções.
E que Kevin já nasceu ruim, muito ruim; portanto, a culpa pelo massacre é só dele.
E é aí que mora mais uma dúvida: será que as pessoas já nascem com índole e personalidade, que vão sendo moldadas – melhoradas ou pioradas – pela educação familiar e pelo ambiente em que vivem?
Tendo a acreditar que sim, pois, do contrário, não haveria irmãos criados juntos, pelos mesmos pais e ao mesmo tempo, com personalidades e comportamentos tão distintos. E não haveria também psicopatas surgidos de famílias mais do que normais.
O livro, obviamente, deu um nó nas minhas ideias sobre a maternidade e o que esperar dos filhos.
Será que vale a pena correr o risco de dar a vida a um Kevin? E a responsabilidade com a vida dos outros? A culpa pelos distúrbios dos filhos é sim da criação a eles dada?
Mas há o outro lado da moeda...
Como não se entregar ao privilégio de conceber um ser, dando-lhe a plenitude de uma vida? Como fugir do amor incondicional pelo filho? Como não se jogar ao prazer de uma linda família formada?
Assim, quem souber a resposta, por favor, grite!
04/05/10

segunda-feira, 3 de maio de 2010

“Ai que saudade do tempo do êpa*!”

Ontem eu fiquei sentada no saguão do aeroporto de Brasília, por mais ou menos quarenta minutos, e comecei a reparar como andam as coisas nos dias de hoje.
Várias pessoas se encontrando, vários apaixonados se beijando, várias famílias se confraternizando. Lindo de ver!
Só não vi homens carregando as malas das mulheres. Homem velho, homem moço, homem pobre, homem rico, homem nenhum carregando nada.
Onde foi parar o cavalheirismo?
Tempo bom foi o tempo em que homens abriam portas dos carros, puxavam cadeiras para as damas se sentarem, mandavam flores.
Não preciso nem dizer como alguns homens tratam as mulheres nos dias de hoje, não é?
Não sei se a culpa pelo sumiço do cavalheirismo foi da “queima coletiva do sutiã” promovida pelas mulheres tempos atrás.
Só sei que os homens aproveitaram a deixa dos “direitos iguais” e fazem a festa.
Ai que saudade do tempo do êpa!
Mas há salvação!
Acredito que a luta das mulheres pela igualdade dos direitos não incluiu a extinção do cavalheirismo.
O cavalheirismo, pelo menos para mim, ainda é qualidade indispensável em qualquer homem. E aposto que assim deve ser para muitas outras mulheres.
Portanto, homens, exercitem o cavalheirismo, a cordialidade e a gentileza com as mulheres. Garanto que vocês serão tratados, em retribuição, com muito mais ternura, carinho e atenção.




*Tempo do êpa = expressão usada por pessoas mais velhas, pelo menos as de Minas Gerais, para referirem-se a tempos passados, antigos.
17/04/10

sábado, 1 de maio de 2010

“Falta de educação virou doença contagiosa.”

Impressiona-me como vêm sendo comuns demonstrações de falta de educação das pessoas nas mais diversas situações do cotidiano, em qualquer ambiente.
E não só nas relações gratuitas, como é o caso do vizinho que não diz “bom dia” ao outro vizinho, mas nas relações econômicas, como é o caso do consumo e da prestação de serviços.
Como podem, por exemplo, o taxista, o garçom, o atendente de loja tratar mal os clientes? Como se estivessem os clientes prestando um favor e não pagando pelo serviço ou produto!
Eu sempre achei que falta de educação fosse característica cultural, quase genética e relacionada à origem de um povo e à sua história.
Percebi com pesar que a falta de educação tomou proporções coletivas e atinge, como se epidemia fosse, a todos, indistintamente. Ou quase.
Ainda há pessoas finas que não são educadas por obrigação ou por conveniência, mas o são naturalmente. Pessoas que possuem educação correndo nas veias. E isso não depende da origem, da classe social ou das oportunidades que a vida lhes deu.
Tenho esperança de que pessoas assim não sejam espécie em extinção.
12/04/10

quinta-feira, 29 de abril de 2010

“Qual é a sua opinião?”

Está em julgamento no STF a ADPF (Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental) ajuizada pela OAB, cujo objeto é a revisão de partes da Lei nº 6.683/79.
A lei garantiu anistia a autores de crimes políticos (e conexos) e eleitorais cometidos entre 02/09/61 e 15/08/79, que é o período da ditadura e das perseguições políticas no Brasil.
A controvérsia gira em torno da manutenção da lei nos termos abrangentes em que foi editada, acompanhando o contexto histórico e o compromisso político feito anos atrás para a mudança do regime no país ou da busca pela punição, nos dias de hoje, dos torturadores daquela época.
A discussão envolve vários dos direitos fundamentais e princípios constitucionalmente assegurados, tais como, a não retroatividade da lei em prejuízo do réu, a dignidade da pessoa humana, a proibição da tortura no Brasil, a segurança jurídica, etc.
E então? Qual é a sua opinião? Qual deve ser a decisão do STF?
Aguardo impacientemente pelos comentários.
29/04/10

"Cuidados com a maquiagem."

Li hoje no Globo on line a reportagem de Maria Vianna sobre os cuidados que devemos ter com a maquiagem. Achei interessante e resolvi reproduzi-la no blog.
É isso aí, mulheres, prestem atenção! Não é só a beleza que está em jogo, mas a saúde também.

“Ficar de olho no prazo de validade da maquiagem é tão importante quanto escolher os produtos certos para sua pele. Uma pesquisa feita pela loja de departamentos Debenhams, na Inglaterra, mostra que 89% das mulheres não sabem que a maquiagem tem data de validade ou não se preocupam com os riscos de usar produtos vencidos. Outra, feito pelo Instituto Penido Burnier, em São Paulo, indica que 15% das mulheres têm problemas recorrentes nos olhos por causa da maquiagem vencida.
Os cosméticos são grandes focos de bactérias, explica o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Hospital Israelita Albert Einstein. Se o produto foi armazenado de forma inadequada ou já passou da data de validade, este risco aumenta. O perigo maior está nos produtos para área dos olhos, como lápis, máscara e sombra, que podem causar desde alergias e coceiras a conjuntivites e contaminações mais sérias na mucosa ocular.
O médico explica que as mulheres precisam tomar cuidados com os olhos em todas as etapas da produção. Escolher produtos de boa qualidade faz a diferença, assim como usar as técnicas certas de aplicação e remoção do produto. Na hora de remover a maquiagem, o ideal é usar sempre o algodão, já que a toalha ou o lenço de papel podem arranhar a córnea. Também é bom usar sempre um removedor específico para área dos olhos, que são mais suaves e dissolvem o make-up com mais facilidade.
A maquiagem vencida também pode causar estragos na pele. Bolhas, coceiras e alergias são apenas alguns dos problemas. Pinceis sujos podem armazenar vírus como o da herpes e os batons velhos podem causar verdadeiras feridas nos lábios.
Confira a validade dos produtos
Sombra e blush: Os feitos de costumam ter uma validade de 18 a 24 meses, mas muitas mulheres usam o mesmo produto por até dez anos, indica a pesquisa da Debenhams. Jogue a maquiagem fora se ela mudar de cor e de textura ou se aparecerem pontos brancos, verdes ou cinzas, que indicam a presença de fungos.
Batom: Dura até dois anos, em média. O batom vencido pode deixar os lábios ressecados, causar bolhas ou causar uma espécie de queimadura na boca e no seu entorno.
Rímel/máscara: A validade destes produtos é pequena, geralmente de 4 a 6 meses. Farelos, mudança de cor ou ressecamento da tinta indicam que este produto está estragado. Não vale adicionar água ou óleo no tubo para prolongar a vida da maquiagem. Isto só aumenta a proliferação de bactérias.
Perfume: Você tem mania de colecionar perfumes? Pois saiba que estes produtos duram, em média, três anos. Se ficarem guardados no banheiro, sua vida útil pode cair pela metade. Para preservar as colônias, os eaus de toilettes e os parfums ao máximo guarde-os em ambiente seco e escuro.
Pincéis: Poucas mulheres têm o hábito de lavar os pincéis periodicamente. O problema é que eles podem virar o lar de vírus e bactérias de diversas doenças como a herpes. Os pinceis devem ser lavados semanalmente ou quinzenalmente (dependendo da frequência do uso) com água morna e sabão neutro, o excesso de água deve ser retirado com papel ou toalha e eles devem secar ao ar livre.”
29/04/10

quarta-feira, 28 de abril de 2010

“Uma brevíssima análise da personalidade dos que comem linguiça e arrotam caviar.”

Conteúdo zero. Ego inflado. Arrogância extrema. Pobreza de espírito. Dono da verdade, sem ser. Espalha montinho*.


* Espalha montinho = pessoa insuportavelmente chata que, ao chegar a um ambiente, faz com que todos se retirem, de fininho ou na cara dura mesmo.
10/04/10

terça-feira, 27 de abril de 2010

“Linguagem rebuscada não é sinônimo de linguagem culta.”

Falar difícil não é demonstração de cultura e conhecimento.
Falar difícil não é demonstração de uso escorreito da linguagem culta.
Ao contrário, falar difícil é demonstração de falta de conteúdo, de pura chatice, de arrogância, de petulância, de fraude. Enfim, de pobreza de espírito.
Quem fala muito e de forma rebuscada não tem nada a falar de útil ou interessante. Ninguém entende mesmo, não é?
Bonito mesmo é ouvir o bom português e a gramática corretamente aplicada. Soa bem nos ouvidos!
Também é bonito ouvir, ainda que com erros, totalmente desculpáveis, o relato das experiências dos mais simples, que muito têm a ensinar sobre as coisas da vida.
Com a devida vênia, ó nobre erudito, às vezes o analfabeto da esquina tem mais o que dizer!
10/04/10

segunda-feira, 26 de abril de 2010

“Ô povinho mal educado, sô!”

A semana que passou foi de caos no Rio de Janeiro.
Gente morreu, gente perdeu tudo, gente não estudou, gente não trabalhou... O Rio, alagado, parou!
E restaram algumas constatações óbvias:
- O brasileiro é mal educado porque joga lixo nas ruas. O lixo entope os bueiros que, por sua vez, transbordam, podres, em dias de chuva, alagando as vias.
- O brasileiro é irresponsável. É inadmissível que ainda existam pessoas que não percebem o absurdo que é não contribuir com a preservação da natureza. Em pleno século XXI! E depois de tantas campanhas e avisos publicitários, e naturais também.
- Existem mais carros do que pessoas transitando nas cidades, o que gera congestionamentos quase infinitos e mais poluição.
- A natureza está gritando. O homem, desde os primórdios do mundo, parece fazer questão de agredir o meio ambiente. Todos nós temos parcela de culpa. Mas, infelizmente, com a natureza ninguém pode.
Então, só cabe o alerta: não há mais desculpa para as pessoas não se conscientizarem de que o meio ambiente saudável é essencial à sobrevivência da vida na Terra. E não estou falando da sobrevivência de animais em extinção como o peixe-boi ou o mico leão dourado. É a sobrevivência dos seres humanos que está em jogo.
Não é só questão de preservação. Virou questão de saúde pública, de cuidado e responsabilidade com a vida do próximo e da sua própria.
10/04/10

sexta-feira, 23 de abril de 2010

“Homicídio no Iêmen”

Chocou-me a notícia de que uma menina de 13 anos foi forçada pela família a casar-se no Iêmen. Chocou-me ainda mais o fato de que ela morreu, vítima de hemorragia causada por lesões profundas no órgão genital.
Isso ainda existe, em pleno século XXI?
- Mulheres, queimem suas calcinhas!
- Mulheres, quebrem seus saltos altos!
Infelizmente, queimar sutiãs não foi suficiente para igualar em direitos mulheres e homens...
É inacreditável que isso ainda aconteça no mundo.
Mas ocorre, e não só no Iêmen, mas em outros países da Ásia, da África, do Oriente Médio e provavelmente nos confins de outros continentes também.
Todos os dias são divulgadas notícias, cada uma mais escabrosa do que a outra, sobre as violências e abusos, de toda a sorte, sofridos pelas mulheres em todo o mundo.
Para mim, virou assunto relacionado a direitos humanos.
Deixou de ser cultural ou costumeiro, restrito a determinada nação ou povo.
É quase questão de direitos humanitários.
Parece até clichê falar, mas não podemos mais assistir impassíveis a tais atrocidades. É da máxima urgência que haja interferência de governos e organismos internacionais de todo o mundo para impedir a continuidade de delitos como o que aconteceu com a menina do Iêmen. O interesse no assunto deve ser mundial.
10/04/10

terça-feira, 20 de abril de 2010

“Amigos de fé, irmãos camaradas.”

Diga-me com quem andas, que direi quem és.
O álbum dos amigos da onça, ou melhor, do peito do Presidente Lula anda bem ilustrado. Veem-se fotos do Ahmadinejad (mais conhecido como Armanuclejad), e também do Hugo Chávez, e também do Evo Morales, e de tantos outros do mesmo naipe.
Ganha um doce quem descobrir as semelhanças entre eles!
Sem pestanejar, a resposta certa é: ditadores, autoritários e, de certa forma, insanos.
Realmente, o Lula anda na contramão da história. Até mesmo os EUA e a Rússia, adversários ferrenhos históricos, vêm mantendo relações pacíficas e adotando posturas de amizade. O objetivo principal, acredita-se, é garantir a paz mundial.
Já o Lula não aparece tão bem assim na foto. Ele queima o filme do Brasil, isso sim!
Enquanto todos correm do Irã, o Lula corre para ele, para os braços do Armanuclejad, o “exterminador do futuro”.
Ao invés de boicotar o Irã, impor embargos econômicos e comerciais, posicionar o Brasil ao lado dos países que dignamente enfrentam a ameaça mundial que é o Irã hoje, o Lula busca estabelecer com ele cada vez mais laços, econômicos, comerciais e diplomáticos.
E para acabar com o sono de qualquer brasileiro são, o Lula ainda presenteou o Armanuclejad com uma camisa oficial da seleção brasileira de futebol, símbolo quase sagrado e adorado, como o futebol, para todos os brasileiros.
Deus não nos perdoará!
Mau agouro na certa!
E por causa do Lula, quem sofrerá as consequências será o Brasil, na Copa do Mundo deste ano e no cenário internacional.
Portanto, comecem logo as novenas, as promessas, as rezas bravas, as macumbas!
Está valendo tudo!
Quem sabe assim, nós, brasileiros, não conseguimos fazer o Brasil cair nas graças de Deus novamente.
14/04/10

“A presepada que é uma eleição municipal”

O povo merece o governo que tem.
Verdade verdadeira e absoluta!
Por isso, desisti de exercer um dos direitos afetos à cidadania: o voto.
Qual é a finalidade de votar?
Na teoria, é a forma de, numa democracia participativa, garantir ao povo a escolha de seus representantes e governantes. Voto feito com consciência política, em prol da nação e do povo.
Na prática, a história é outra. O voto serve para colocar no poder aquele político que fornece mais tijolos para a construção das casas dos eleitores, que paga as despesas de uma cirurgia e até mesmo promove churrascos fartos (os exemplos mencionados são verídicos e ocorreram efetivamente na última eleição municipal de uma determinada cidade mineira). Voto feito em nome de interesses individuais e mesquinhos.
Portanto, para que votar em um país como o Brasil?
Faça-me rir!
Isso não existe aqui não! É o maior conto do vigário! E só caem nele os mesmos que acreditam em Papai Noel, Coelhinho da Páscoa, contos da Carochinha e político honesto.
Não há esperança. Este cenário nunca vai mudar. É cultural. O Brasil, apesar de não ser mais uma colônia, possui um povo que, infelizmente, acostumou-se a ser colonizado.
10/04/10

segunda-feira, 19 de abril de 2010

“Coloquem uma focinheira no Lula, pelo amor de Deus!”

Lendo o jornal outro dia, deparei-me com matéria sobre o discurso inflamado do Presidente Lula afirmando categoricamente que não deixaria o Poder Judiciário controlar sua vida. E mais, instigava raivosamente todos os brasileiros a não se deixarem subordinar por uma decisão judicial.
Tal discurso aconteceu em represália à Justiça Eleitoral, que o multou duas vezes por fazer campanha eleitoral para a Presidência da República em favor de Dilma Roussef.
Foi uma apologia clara a que todos descumpram determinações da justiça. Pelo menos, foi essa a impressão que ficou.
O Chefe do Poder Executivo Federal disse isso? O Presidente da República? Contra o Poder Judiciário? Óóóóóó!!!!
E como fica o princípio constitucional da separação dos poderes? E a harmonia, também constitucional, entre eles? E o princípio republicano?
Vindo do Lula, nada me impressiona...
Eu gostava mais dele quando ainda tinha cara e cabelo desgrenhado, gravata fora do lugar e rosto suado. Tinha cara de povão. Nessa época, ele até recebeu voto meu. Nessa época, eu ainda acreditava na oposição e nas mudanças que ela poderia proporcionar ao país. Sacudir o Brasil, virar tudo de ponta a cabeça, mas para o bem.
Porém, o tempo passou, o Lula se aprimorou e a bandalheira se apoderou do governo. Ele não sabe de nada, ele nunca vê nada. Ele lava as mãos. É pior do que Pôncio Pilatos.
Aí não dá! Assim, não posso mais acreditar no Lula e em sua trupe. Infelizmente. Eu juro que tentei, mas não dá mesmo.
Por isso, diante da notícia amplamente divulgada, pensei até em exigir, como cidadã brasileira, a intervenção federal na União.
Entretanto, a Constituição de 1988 não traz tal regra. Além do mais, a intervenção é uma medida extrema e não a considero a melhor solução. Não gosto muito da ideia de um ente federativo invadindo a esfera de outro. Depois de anos de autoritarismo no Brasil, é muito temeroso adotar medidas que podem, quem sabe, desvirtuar o regime democrático, conquistado a duras penas.
Mas o que fazer, então, com o Lula?
A oposição provavelmente não terá coragem de propor ação por crime de responsabilidade contra ele. Já foi o tempo em que, no jogo político, oposição atuava como oposição. Hoje, estão todos do mesmo lado, disputando o mesmo papel.
É a velha história: cada macaco no seu galho, mas não custa segurar o rabo um do outro, só por garantia... Então, quem irá comprometer-se, não é? Acho que ninguém.
Portanto, o melhor destino para o Lula é retirar-lhe o microfone das mãos e, se não resolver, colocar-lhe uma focinheira.
A que ponto chegamos.
10/04/10

Crônica introdutória - “Como tudo aconteceu.”

Rio de Janeiro, 10/04/2010, sábado, 8 da manhã.

Sempre gostei de escrever, faz parte da minha profissão, inclusive. Mas nunca imaginei que pudesse escrever para um público anônimo, inquantificável, impalpável.
Mas, como a vida é uma só e como o desejo de escrever bateu, deixei rolar...
Tudo começou com a indignação que algumas notícias divulgadas na imprensa nas últimas semanas geraram em mim.
Peguei papel e caneta e mãos a obra...
Depois de ter escrito umas três ou quatro crônicas, comecei a me perguntar o que fazer com elas.
Pensei em um blog. Está tão na moda, é tão cult, tão moderno. Mas, será?
Escrever um livro? Ah, isso sim é muita pretensão da minha parte! Mas vai saber!?
Resolvi, então, sem mais delongas e devaneios, simplesmente escrever, sobre qualquer assunto, os mais variados, pessoais, públicos, secretos, notórios. Sem prazo, sem destinatário certo, sem programação, sem finalidade.
Simplesmente escrever sobre as coisas que acontecem comigo e também no mundo, no dia a dia. Escrever sobre o que me agrada, ou desagrada, ou aflige, ou angustia, ou alegra, ou revolta, ou encanta. Pode ser sobre amor, novela, relacionamento, política, religião, literatura, cinema, feminismo, economia... Qualquer assunto, sem discriminação.
E sem preocupação com pudores, opiniões alheias e críticas, boas ou más, construtivas ou desconstrutivas.
Uns me acharão exagerada, outros, radical, alguns, vazia de conteúdo; uns acharão a minha opinião descartável, outros acharão os assuntos descartáveis; alguns até acharão interessante o que eu digo, outros, uma chatice sem tamanho; e ainda haverá aqueles que me acharão pretensiosa, outros, agraciada de certa inteligência; por fim, haverá aqueles que acharão que eu tenho presença de espírito, outros, que sou um espírito de porco.
Em verdade, eu não me importo. Concluí que os textos são mesmo para meu próprio deleite. E também para os amigos que me derem a honra de lê-los.
Optei, por fim, pelo blog.
Então, boa leitura!