domingo, 16 de janeiro de 2011

“Clarice.”

Clarice Lispector, como é sabido, é escritora consagrada no meio literário brasileiro e sempre mereceu aplausos dos leitores e da crítica.
Não sei se o problema é meu ou dela, mas não gosto muito de Clarice. Provavelmente sou a única!
Há aproximadamente vinte anos (?), li “A hora da estrela”. Na época, ainda adolescente, não gostei do livro, talvez por não alcançar a linguagem da autora ou por não ter identificação com o tema. Ou por não agradar do estilo. Sei lá...
Desde então, como que traumatizada, nunca mais li nada de Clarice. Passei a evitá-la nas livrarias, nas bibliotecas, como se os livros estivessem contaminados por alguma doença contagiosa. É sério!
Mas acabei de ganhar um livro de crônicas, “Clarice na cabeceira”. Decidi lê-lo, até para constatar se, após tantos anos, mais madura em idade e em inteligência, finalmente conseguiria compreender os textos.
Não sei se sou limitada de intelecto ou se a escrita de Clarice não combina comigo pura e simplesmente. O fato é que continuo a não entender a maior parte do que ela escreveu.
Vislumbro Clarice como um Caetano Veloso de saias, repleta de histórias expostas de forma complicada, enrolada, tumultuada, enfim, sem nexo algum... Sempre filosofando e filosofando...
Nesse livro de crônicas há algumas inteligíveis, muito boas por sinal. Mas outras são verdadeiro amontoado de palavras, que soam sem sentido aos meus ouvidos.
Essa minha “preguiça” com relação a Clarice Lispector deve-se, quem sabe, ao meu próprio estilo de linguagem, sempre objetivo, curto e simples, de puro pragmatismo.
Já Clarice floreia tanto o que é corriqueiro que o corriqueiro passa a ser muito complicado.
O que sinto sobre a obra de Clarice Lispector é o mesmo que sinto quanto aos poetas que insistem em escrever sem rima e métrica. E poesia para mim pressupõe rima e métrica. É difícil entender a magia de um poema sem que as frases estejam encadeadas, sem que uma estrofe esteja conectada à mensagem exposta na estrofe anterior.
Mais uma vez não sei se o problema é meu. Se me falta inteligência ou sensibilidade.
Vai saber...
Perdoe-me, Clarice.
Mas, doravante, prometo tentar compreendê-la... E, quem sabe, apaixonar-me por você, assim como o resto da humanidade.
15/01/11

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