segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

“Os porquês da vida.”

Ontem fiquei sabendo de uma história que muito me chocou e deixou triste. O irmão de uma amiga querida, quando saía do hospital em que dava plantão – ele era médico – foi assassinado cruelmente por bandidos que lhe roubaram o carro na Baixada Fluminense. E, pasmem, ele não havia reagido... Matá-lo foi pura maldade...
Além da saudade e da revolta, ele deixa mulher, filho bem pequeno, pais, irmã, sobrinha e amigos.
Perdi o apetite, passei o dia angustiada e, é óbvio, fiquei insone. E os porquês assombraram minha mente...
Lemos nos jornais, todos os dias, notícias como essa, acontecidas, principalmente, no Rio de Janeiro. A cidade maravilhosa, às vezes, não é tão maravilhosa assim... O que é uma pena.
As UPP (unidades pacificadoras da polícia) implantadas nas favelas da cidade trouxeram um bem tremendo à população, que há tempos era refém da bandidagem.
Ocorre, porém, que os bandidos, expulsos dos morros, povoam agora a baixada fluminense, tornando a vida daqueles que lá residem ou trabalham verdadeiro inferno.
E qual será a solução? O que pode o governo do Estado contra o crime organizado?
Além do problema social e político, quando se fala em punição sempre há conflito de interesses entre direitos humanos e direito penal.
O que fazer com criminosos? O que é certo? Como punir e em que medida? A ressocialização do criminoso deve ser o objetivo maior? Cabe a lei de Talião, ou seja, morte aos que causam morte? Tortura aos que submetem pessoas à tortura?
São tantos questionamentos, morais até, religiosos e relacionados à dignidade da pessoa humana. Mas matar simplesmente por matar, por pura maldade, pode ser tolerado? Sinceramente não sei. De qualquer forma, algo precisa mudar no sistema punitivo do Brasil... Mexam-se autoridades e estudiosos!
Penso em Deus, em quem eu tanto confio. Mas penso na família dessa minha amiga. Será que ela ainda acredita Nele? Eu gostaria muito de entender Seus desígnios... Compreender por que as pessoas passam por provações como essa.
Clareie minhas ideias, meu Deus!
Aumentai minha fé em Ti!
Passei o dia imaginando a dor dos familiares, da esposa na cama vazia, da mãe que enterrou o filho – dor maior não há, dizem – da sobrinha adolescente que já “entende” os males da vida e do filho, tão pequeno, que, possivelmente, nem se lembrará do pai.
Lembrei-me de outra amiga, hoje com aproximadamente sessenta anos de idade, moradora, por muito tempo, do subúrbio do Rio de Janeiro e espectadora de tantas tragédias. Um dia ela me disse que optou por não ter filhos. Suas palavras: “Para que colocar filho nesse mundo doido e violento? Saber que seu filho pode não voltar para casa no fim do dia? Sinceramente não nasci para ter uma responsabilidade como essa.”
É, são coisas a se pensar... Responsabilidade pela vida e integridade de uma pessoa. Isso é muito sério, realmente.
Pensei e repensei, mas não achei resposta para nenhuma das perguntas...
As coisas da vida e seus porquês não têm explicação... Simples assim.
31/01/11

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